@PHDTHESIS{ 2019:1508196559, title = {O uso da distinção taxonômica, diversidade funcional e modelagem trófica como ferramentas para avaliar as assembleias de peixes em reservatórios com diferentes configurações hidro-ambientais}, year = {2019}, url = "https://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/5905", abstract = "A construção de reservatórios, ao bloquear sistemas lóticos, criam barreiras físicas que alteram o regime de vazões e criam novas condições físico-químicas no ambiente formado, além de atuar como barreira, impedindo a livre migração de organismos aquáticos. O ambiente lêntico também facilita a entrada de espécies de peixes não-nativas, que podem levar a extinção local um grande número de espécies de peixes, especialmente aquelas mais especializadas e menos susceptíveis às novas condições ambientais. O crescente número de reservatórios em rios tropicais está ameaçando a biodiversidade aquática em uma escala sem precedentes, constituindo um dos maiores desafios para populações de peixes, especialmente para os grandes migradores. O presente trabalho teve como objetivo avaliar e comparar as assembleias de peixes em oito reservatórios com diferentes configurações hidro-ambientais, associados à bacia do Rio Paraíba do Sul (RPS): 1) reservatórios que barram o canal principal do RPS; 2) reservatórios em cascata derivados de abstração de águas do RPS e, 3) reservatórios isolados. Foram utilizandas três abordagens como ferramenta: distinção funcional e taxonômica, diversidade funcional e modelagem trófica. Para avaliar a distinção funcional, taxonômica e diversidade funcional dos reservatórios foram realizadas amostragens mensais padronizadas da comunidade de peixes entre o verão de 2011 e 2013, e no inverno de 2017. Trinta medidas em peixes (26 quantitativas e quatro categóricas), representando atributos funcionais associadas à locomoção, alimentação, estratégia de vida e uso do habitat foram tomadas em 34 espécies dos diferentes reservatórios. A modelagem trófica foi elaborada apenas no Reservatório de Ribeirão das Lajes (RRL), com base em amostragens mensais (setembro/2015 a julho/2017) de distintos compartimentos dos consumidores (aves, zoobentos e peixes), e em informações disponíveis sobre produtores, consumidores não-peixes e detritos. Dois modelos foram construídos para o Reservatório de Ribeirão das Lajes, sendo um modelo anual, representando o cenário de cota alto no reservatório (MCA) e outro modelo adicional representando uma condição adversa, com cota d’água reduzida no reservatório (MCB). Foram detectadas diferenças nas assembleias de peixes dos diferentes tipos de reservatórios (canal principal, em cascata e isolados). O número de espécies não diferiu entre os reservatórios, exceto em Tocos que foi significantemente menor quando comparado com os demais reservatórios (F = 6,9 P<0,001). As maiores distinções taxonômicas e funcionais foram encontradas para os reservatórios isolados, e o inverso deste padrão foi encontrado para os reservatórios que barram o canal principal do rio Paraíba do Sul. Isto sugere que a fauna íctica nestes últimos tipos de reservatório é provavelmente composta por xi espécies filogeneticamente próximas e morfologicamente semelhantes com maior redundância taxonômica e funcional. O reservatório de Santana, o primeiro do sistema em cascata, apresentou os mais elevados índices de diversidade funcional, com elevada riqueza e uniformidade funcional, baixa originalidade e alta exclusividade. Ao contrário do que se esperava, os reservatórios de Santa Branca, Funil e Ilha dos Pombos (construídos no canal principal do Rio Paraíba do Sul), apresentaram os menores valores destes mesmos índices sugerindo elevada redundância funcional. Tócos, apesar de ser um reservatório isolado e de menor área, apresentou os maiores valores de divergência e especialização funcional. A matéria e energia trazida pelo fluxo da água disponibilizando maior diversidade de habitats nos reservatórios que barram o canal principal do rio não parecem ser os mais importantes fatores determinantes para os papéis desenvolvidos pelos peixes nos reservatórios. Os modelos construídos no RRL revelaram que os principais compartimentos base (produtores) foram Folhas- Sementes-Frutos e Perifíton, superando o Fitoplâncton. Os compartimentos Aves Seletivas (NT= 3,8), Aves Generalistas (NT = 3,7) e as espécies de peixes piscívoras Hoplias malabaricus (NT = 3,8) e Cichla spp. (NT = 3,6) apresentaram os maiores NTs estimados para a teia. As principais espécies-chave do sistema foram aves generalistas, e os peixes R. quelen e H. malabaricus. Cichla spp., mesmo não tendo sido considerado como espécie-chave, apresentou elevada biomassa relativa e alto impacto na teia, mostrando também ter grande relevância para o ecossistema. Não foram encontradas diferenças na teia trófica entre MCA e MCB, com a biomassa de alguns compartimentos variando entre os cenários modelados. O valor de Ascendência foi 25,9, com Overhead de 74,2, indicou que o RRL é um ecossistema maduro. Apenas 34 espécies foram registradas nos oito reservatórios, sendo sete delas espécies não-nativas (ENN). No entanto, estudos apontam a ocorrência de 89 espécies de peixes em trechos lóticos do Rio Paraíba do Sul, um forte indício de que reservatórios de fato atuam como um filtro, selecionando espécies com atributos específicos e facilitando o estabelecimento de ENN. Sugere-se, com base neste estudo, que a construção de barragens se faça apenas para fins de abastecimento e irrigação, e que estsa sejam originadas de barramentos fora do canal principal de rios de maneira a não influenciar de forma tão drástica nos serviços prestados pelos sistemas lóticos, contribuindo assim para a manutenção da biodiversidade. Como alternativa para geração de energia sugere-se investimentos em fontes de energia limpa, mas com menos impacto no ambiente", publisher = {Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal}, note = {Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde} }