@PHDTHESIS{ 2019:1768761008, title = {Padrões ecomorfológicos em peixes de uma baía tropical no sudeste do Brasil: abordagens utilizando forma dos otólitos sagittae, forma corporal e dieta}, year = {2019}, url = "https://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/5290", abstract = "A ecomorfologia de peixes é o estudo das relações entre a forma corporal dos indivíduos e sua função ecológica, tendo como base primordial a comparação entre os padrões de variação na forma e os padrões de variação de atributos ecomorfológicos, como hábitos alimentares e exploração do nicho. Partindo desse princípio, buscou-se identificar os padrões ecomorfológicos relacionados à forma dos otólitos sagittae, forma corporal, e dieta de espécies que compõem a assembléia de peixes de uma baía tropical no sudeste do Brasil. A ictiofauna amostrada foi proveniente da pesca de arrasto de camarões, predominada por indivíduos de pequeno porte e compreendeu 22 espécies. No segundo capítulo, a análise de agrupamento sobre os dados de contorno dos otólitos (Análises das Elipses de Fourier - EFA) resultou na identificação de 9 grupos. Os diferentes padrões encontrados significam diferentes formas de otólitos com diferentes funções, desde os mais compridos e largos (significando maior capacidade auditiva com forrageio de fundo) até otólitos menores e mais estreitos com rostra proeminente (significando maior capacidade natatória e menor necessidade de comunicação acústica). Foi constatada significante correlação direta entre o tamanho dos otólitos e o tamanho dos peixes para espécies bentônicas que têm otólitos grandes (M. furnieri, P. brasiliensis e O. ruber). Para as demais espécies, o tamanho do otólito não apresentou consistente variação em função do tamanho dos indivíduos que são em sua maioria juvenis. No terceiro capítulo, 13 medidas morfométricas foram tomadas para o cálculo de 10 atributos ecomorfológicos, os quais foram utilizados para interpretação dos hábitos de vida, compreensão das adaptações e diferentes usos do habitat. A análise de Componentes Principais aplicada aos atributos ecomorfológicos permitiu a identificação de 8 grupos. Os atributos ecomorfológicos que mais influenciaram na divisão dos grupos foram índice de compressão (IC), índice de compressão do pedúnculo caudal (ICPCd), altura relativa (AR), posição relativa do olho (PRO) e comprimento relativo da cabeça (CRC). Os peixes que mais se diferenciaram nesta análise foram os Pleuronectiformes (com corpos mais altos e comprimidos lateralmente, indicando serem aptos a deslocamentos verticais com limitada manobrabilidade) e os Scorpaeniformes (com olhos posicionados dorsalmente e cabeça relativamente comprida, indicando ser espécie de hábitos bentônicos apta a capturar presas relativamente grandes), sugerindo diferentes maneiras de explorar o ambiente. No quarto capítulo, através do levantamento bibliográfico baseado em dados secundários, concluiu-se que a maioria das espécies estudadas é carnívora ictiófaga, com alguns casos de canibalismo. Foi notável o uso de crustáceos (Decapoda, Brachyura, Mysidacea), anelídeos (Polychaeta, Nereidae) e moluscos (Gastropoda, Bivalvia, Cephalopoda) como itens alimentares de quase todas as espécies, com exceção do Engraulidae Cetengraulis edentulus, que foi a única espécie exclusivamente herbívora, predando componentes do fitoplâncton. Esta espécie ficou isolada das outras nas três abordagens, apresentando elevados valores de ARB, ABO e CRPCd, além de otólitos diferenciados com rostra proeminente, borda 2 ventral denteada e hábito alimentar bastante distinto. Estas características fizeram com que esta espécie permanecesse como um grupo isolado nos três capítulos. Os Gerreidae Eucinostomus gula e Eucinostomus argenteus apresentaram consistente similaridade tanto na morfologia corporal, quanto na morfologia do otólito e hábitos alimentares. Esta consistente similaridade também foi encontrada para Menticirrhus americanus e Paralonchurus brasiliensis, que também se mantiveram juntas nas diferentes abordagens dos três capítulos. Os Pleuronectiformes não apresentaram consistencia e se separaram nas três abordagens, mas se mantiveram sempre próximos, em grupos vizinhos, demonstrando alguma similaridade entre eles, dependendo do nível de corte dos dendogramas. Cathorops spixii não foi utilizado na abordagem de morfologia do otólito, mas se manteve junto a Orthopristis ruber nos capítulos de morfologia corporal e dieta. Os Sciaenidae se mantiveram juntos na abordagem de ecomorfologia corporal (exceto S. rastrifer) e se separaram nas abordagens de ecomorfologia dos otólitos e dieta, mantendo proximidade formando grupos vizinhos nos dendogramas das diferentes análises. Os resultados demonstraram a existência de uma associação entre a morfologia corporal e dos otólitos, e os hábitos de vida e de exploração dos recursos, particularmente os que se relacionam com a alimentação", publisher = {Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal}, note = {Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde} }